quinta-feira, 22 de julho de 2010

Prólogo

Confiar todas as suas maçãs em uma única cesta é um pecado. Confiar em algo que não tem pernas para fugir e nem mente para dissimular é uma insanidade comparada a de saltar de um precipício.

Como professor, entendo e compreendo a importância dos diários para o treino da escrita. Como historiador, eles são fundamentais por possuírem detalhes íntimos e realistas que nos ajudam a entender as ocorrências dos fatos e os sentimentos de quem os viveu, como no caso do diário de Anne Frank. Como um homem, eu ainda acho que os diários de adolescentes são coisas tão fúteis, cheios de historinhas de amores não compreendidos e platônicos.

Porém, nenhum diário nunca me causou tanto receio, admiração, ansiedade e tristeza como este em minhas mãos. Singelamente decorado com seu nome gravado em dourado: Cléo.

Na primeira página havia um poema de que falava sobre o amor. Romântica, como sempre! Ah, o amor. Talvez ele não seja pra mim, o tive várias vezes e ele sempre fugindo de mim, como se ele não quisesse que eu fosse feliz.

Mas aquele poema de amor fez-me lembrar dos momentos que vivi com Cléo. As memórias passaram como um filme sendo rebobinado em minha mente. Voltei para os trailers, onde o fio que desenhava minha vida preparava-se para entrelaçar-se com o dela

Cléo, Monique Godoy.

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